quarta-feira, 6 de novembro de 2013

o homem de nenhuma cor
em seu infortúnio maquinal
foi trabalhar, sem ter em mente tanto abuso
(o que fazem com ele?)
a não ser, o que respirava, a miséria do engano
que lhe bania do que poderia ver
o homem, em sua empolgadura maquinal
foi receber o grato salário e cumprir com o seu dever
alguém vai obedecer-adoecer
o homem em sua indulgência maquinal
poderia agora ralar tanto a cara no asfalto
do concretismo, embora toda a arte
mas prefere andar por ele (o asfalto) a fuçar
VITRINAS. LATRINAS? MATRONAS?
os olhos, lastimáveis, do pacífico infeliz,
pensam que sabem de tudo
que bom para aqueles que são felizes com são
e que enchem o peito de tanta felicidade por ser a vida o que É
a essas alturas
o homem maquinal, sufocando-se com seu próprio gozo
simplesmente porque viu que isso era bom,
estranha a excitação feita de sangue e de carne,
ar respirável?
o prazer do homem maquinal, muito desumano para ele
é como humilde pele que se desprende do metal

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