quinta-feira, 31 de outubro de 2013

POEMA PARA O IMUNDO





O mundo.
Ê mundo!
Um mundinho:
Imundão.
Muda mundo!
A moda,
O mudo medo,
O modo do mundo aço.
Se mudado,
O mundano,
Se amado,
O imundo,
Será ainda mudo?
Ah mundo,
Se amado mudas
Mundas amando?
És Mundo?
És Mundão?




quem encarar o seu olhar
poderá perscrutar as aventuranças
da sua alma doce a procura
vagar por aqueles seus hábitos de rebeldia louca
a vê-lo sorrir feito criança
terá também a notícia de seus abismos
de ópio, do álcool, da fumaça e de todas as suas
viagens, as ininterruptas volúpias
seus diários de fogo cruzado e incensos queimados por inteiro
seu tédio harmônico, seus filhos e seus pais
música da volta do tempo
em seu olhar

fixa a efemeridade,

quem o encarar, poderá ver o seu sonho menino
inesgotável a brotar
como a chaga que sangra até a morte
ou como dor que não se cansa até nascer
Dos fins últimos das causas primeiras
Eu não li filosofia, nem as primeiras páginas
Vejo-me às vezes como um superficial abacaxi geral
De tudo que vivi
Uma estória adaptada de mim
De tudo que ouvi, imagens quem sumiram, na televisão
Que aprendi no banco da escola, na sargeta da praça
Aos quatro, aos cartoze, aos vinte, então trinta!
Que aprendi, transeunte e me vendo passar, será que porra-louca, senti?
Decidir, não decidi: o que quererei. Quando finalmente ficar grande?
E esse em busca de respostas, sobre mim mesmo e pelo fato de não me apegar a nada
E achar que sou ruim
Apegando-me sempre a tudo, sendo o meu contrário
E sendo eu tão sensivelmente egoísta falando do meu egocentrismo
De pobre coitado, danado, danado e sendo tão bom assim
Queria ser a poesia que olho, que sinto, percebendo estar em mim, assim por estar em todos
Mas que tanto se mostra enquanto se esconde, não podendo ser ela toda para mim
Páro. Sou romantico? Tenho jeito? Para quê?
Tento ver a deus, sentí-lo ao menos, chamá-lo pele seu nome, sabendo a verdade
Posso ser eu, sendo ninguém sabendo que sou
Eu como diria
Arrogante filho
Do poeta que não sabia se era sonho ou realidade o que via
Não somos, não somos nada...
De todas as coisas sem sentido e que dizem não fazer sentido, e de todo sentido que há no alto, e por todos os lados, que está entre alguma e outra coisa
Vou embora, nas reentrâncias
Da certeza baratinada
Que digo estar em você
Que dizes estar em mim
Nesse desembaraço de mundos que não sou só eu quem faço
Mas acabo enrolado e as vezes emudecido
Da loucura, a qual preciso citar, tonta que a dar por ela, me escondo, assustado
E vendo que já também ela dá por mim
Sorrio desconfiado
Quero nunca parar de sorrir
Quero ver e deixar então tudo revolver o nada e passar 
Alquebrada pelo meu engano, meu âmago
Coloco maiúsculas antes das palavras
Para fazer um verso que não faço 
Mundo viajante, estreito vagão, divagante, a deslizar o caminho
Mundo de um punhado de sabão em pó, papel higiênico e café
Mundo tripulante, da casa, do caos, dobrando-se em formato de lenço de bolso
Aquelas saídas noturnas, solitárias, de doses de pinga ao abordar o Nada, de caminhadas a pé
Mundo de atrito entre as escovas nos dentes, paracetamol, apaga o cigarro, a medir o pulso
Mundo padaria, supermercado, boteco, carro, fotografia
Mundaréu coisante de coisas, on line, a dor no peito que não se vê
( E já não há?)
Naquela busca da naturalidade perfeitamente necessária, biografia
Escarcéu de fluxo coisado, passeata em pane de gente
Mundo de multidões e de boa gente, que falta, que sorria
Mundo de beijo no olho, despedidas sem adeus, sarcasmos inebriantes
De façanha popular, do silêncio na sala, de íntimas contradições
Mundo tão vasto de se sentir pequeno e tão pouco para se sentir tão importante
Das oportunas demolições das verdades em pedra,
Do viver edificante rondando a si mesmo
Mundo que escapa
Imundo das unhas pretas a palitar os dentes

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Produção Independente

Ela tomará o primeiro disco voador
Beberá uma cerveja a caminho de suas vidas passadas
Verterá o fluxo constante de rostos e ilusões
A caminho do futuro aparecerá sim, uma luz
Engolirá então seu comprimido universal
Da eterna complacência do amor
Poderá talvez ser imortal
Mas terá de mergulhar bem fundo
No total flex universal
Agora não tem mais jeito
Ela já comprou as passagens só de ida
Para as ilhas mágicas, canalhas e transcendentes desse blue

terça-feira, 22 de outubro de 2013

hum
Furo
NO VAZIO
ponte, estrada
CONSTRUÇÃO
silêncio pensando coisas
palavras desatinos ideias perdidas
pessoas a se perguntarem
e criam criam criam descompassos
profundidade em instantes absurdos
com toda a sua imaginação...
Procurar a arte: toma a tua arte! Confusão!
Mentes se mentes
E não me venha dizer quem sou
Da insensatez
Do veneno que tomamos, você tomou?
Trôpega em meus domínios
De ninguém
Que partí por aí
Em meu coração
Insistindo em angústias
E lhe pedindo perdão