Hermetismos em cascas de laranja, secando ao sol.
Incrível melodia virtual vinda da Ásia, profundo mergulho na aparência das coisas,
o impenetrável sempre na bacia de plástico azul, com as laranjas descascadas...
A luz invade toda a pequena sala, o sol amazônico vibrante se anuncia sobre a pele da cidade embalada na janela, raios suntuosos pela não veneziana, o vidro fumê de folhas deslizantes, divergentes, como as nuvens e toda a natureza se movendo, na alma apertada papel de coração contra a parede.
Feixes desmaiados na superfície do pote de plástico transparente de tampa branca que guarda a dentadura boiando na frente de uma mulher com um menino no colo de gesso, a luz de cristal deitada no pano florido marrom, na mesinha de protetores sobrenaturais, com os souvenirs, brindezinhos de festa de criança, batizado, velório, flores de E.V.A emergindo no copo do extrato do elefante verde.
Sim, o relógio é a memória, mas está parado, diz-se que mede um tempo barato.
A luz do sol me dá coragem, assim também deve ser com a noite. Fiambres de luz, escalas de tons de claridade editam bobas descobertas, iluminam a todo encanto meias verdades, azuis, verdes, diáfanas.
A noite não está tão quente, flores roubadas murcham estacionárias na xícara de café sem asas.
Dá vontade de comer passas e fumar um cigarro.
O incenso dama da noite queima enfiado na rachadura do sabonete para pele acneica, repousa na saboneteira vermelha de plástico, sobre a mesa, disfarça bem o cheiro de planta queimada.
Na cruz encostada na parede vermelha, ainda morna, está fixada por uma fita adesiva uma fotografia três por quatro apagada, atrás da cabeça de deus. Ele está todo ensaguentado na cruz, exageraram na tinta, pernas e braços cobertos de vermelho, no rosto também, cabelos, barba e pescoço vermelhos. Há outra foto colada aos pés do homem preso na cruz, essa ponta do crucifixo na penumbra, a menina apagada. Quando foi que anoiteceu de novo?
A vela derretida não percebe que há esperanças incômodas e secas, a dar nós em santos.
Na cruz encostada na parede vermelha, ainda morna, está fixada por uma fita adesiva uma fotografia três por quatro apagada, atrás da cabeça de deus. Ele está todo ensaguentado na cruz, exageraram na tinta, pernas e braços cobertos de vermelho, no rosto também, cabelos, barba e pescoço vermelhos. Há outra foto colada aos pés do homem preso na cruz, essa ponta do crucifixo na penumbra, a menina apagada. Quando foi que anoiteceu de novo?
A vela derretida não percebe que há esperanças incômodas e secas, a dar nós em santos.
THi Za