terça-feira, 5 de novembro de 2013

A VIDA EM DIAS (CONTADOS)



Diante de ti, Morte, quem sei o que sou?
Faculta-mes a cura ou o fim?
Chegada a hora.
Cubro-me. Voltarei ao manto da terra?
Algum dia o pertenci? Pó havido. Eu. Houve?
Morte cinzenta de todas as palavras, 
ermo de tudo, tudo enfim...
Ascenderei aos céus?
Transcenderei a ideia de que um dia nasci para ti?
Fim da cor? Penderei? 
Dor de tanto ser,
tanto pode acontecer.
O Amor contigo esvai-se?
Ombro perfeito.
Tácita acolhida.
Viagem quimérica, a mais longa que farei?
Serás a extinção natural de todos os meus sentidos?
Reluto a ti.Porque não te sei.
És equilíbrio, minha Morte, última coisa que direi minha?
Ou és néctar do prazer.
Negação? Afirmação?
Apagou-se a luz, mas não havia escuridão. E a consciência, no termo instante do termo suspiro.
Foi-se.
Pergunta.



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