como o fotógrafo que a fotografar só tinha a si mesmo
ou imagem única a captar
eu pus o espelho diante de mim, mas não consegui me encarar
tinha o rosto coberto de tanto lodo que eu não podia ver
dilacerada, envelhecida
olhei-me novamente
já não era idêntica
flor pálida
flor de Narciso
meu ego pairava sobre a cidade
e todos pareciam pequeninos
seres que sabiam de tudo e eu não!
a falarem de si
a construirem pontes
comendo prostitutas
desposando as santas
ser a andar....
bem calçado
em sonhos
e sonhos
não há realidade
decompondo-se em
cristalinos pedacinhos de ilusão
decompondo-se em
cristalinos pedacinhos de ilusão
superando-se as incertezas
mas é que não engulo meu discurso barato
não quero viver em paz
no porto seguro da ignorância e da falta
do que eu não vi
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