quarta-feira, 13 de agosto de 2014



GRAVE JÁ- quiquiquiquiqui



qui num intendi uspatrão,
qui tamu sem bandejão!
qui num intendi asboneka,
qui tamu sem biblioteka!!
qui num intendi usprofessô,
qui tamu sem computadô!!!



qui diz o coxa: poxa... né cumigu, amigu, iaí?
qui usfuncionário diz: num sô otário pruREIreitô, i essi é aí qui diz (com todo travessão):

---------- qui seja brevis, inquantu grevis!!!!



  


Nota de Chegada, retorno ao retorno.


*arrumar os livros da estante, rever fotos de álbuns, cd's do ronca.......... papéis que atestam, a flor murcha, encadernados, tira poeira da alma, ver o tempo sem culpa (e as pessoas também, no mundo) só o olhar por dentro é que vai conformando tudo e nada está velho e nada acabou pra tanta vida nesse peito. AGORA.






LAMENTINHO CARENTE (CARETINHO)

Para Leandro e Leonardo (A dupla sertaneja)


Num dia a gente trepa, com amor.
No outro, a gente se cospe com odor.


Imagens que não ousamos guardar mais (a não ser as dos porta-retratos - onde jazem as coisas que queremos ver)
Tudo expressionice, do mais impressionante pieguismo desequilibrado.
Patética do romancinho popular, da casinha e do seu dono.
Mas me diverte um pouco, tecer com minhas palavras amenas,
Essas bofetadas e gozos
Da nossa amizade de loucos (e não são poucos)
Essas saudades dos amores toscos e dos amantes desesperados.







^^^^Ô^^^^


O ritmo do meu horizonte frenética os pássaros
Dança insólita na manhã
Ha tempo de sonhar
Amores-perfeitos: borboletas azaléiam só pra ver no que vai dar
Cores, floreando o instante invernal, cerejeiram
Lá onde os cravos rodopiam a flanar






                                                     
A CALÇADA

                                                                   

olhavas certamente pra baixo





quando tudo girou
                                                                        e se seus olhos encontraram a sarjeta
é! a sarjeta...
a fálica
a calçada
                                 foi redemoinho 
                                  de mundo 
                           (trê) bêbado que causou
                               olhavas por entre as  
tuas 
próprias 
pernas, { TREMIAM {




                                                                                                 conseguindo ver o que ficou pra trás--------------------------------------------------------------------------------------------------------- (.....................)
                                                         vala a escoar cada sonho cansado
                                                          sinuoso beco, erguendo a escuridão e um cheiro da ureia de tantos
                                                             dessa insalubridade


                                                      quente quente quente - Só não vá quebrar o pescoço por aí




                                                                     sob o sol!



                                                       o dia vai amanhecer o seu suor andando sem direção




                                                                          quando lembrará o beijo sugado que roubou do homem no chão caído
                                                                 quando espalhava-se pelo monturo, com suas roupas rasgadas de mulher
                                                                                      sua pintura barata, o batom borrando a cara sentida
                                                                                       ficarás confuso e com dó de tudo

                                                                saberias sentir o embaraço de ir ao chão?

só quando pulou a ratazana 
                                                                            eu vomitei nas tuas coxas, Odalice, será que alguém nos viu? tu te lembras dessa noite?
                                                              


por debaixo dos bancos deu pra seguir os passos 

                                                                de alguém que correu pra erguer meus cabelos molhados, a carne digerindo-se..., [a carne molhada, os cabelos digerindo-se[
ainda a se perguntar, colocando o previsível em tudo: 






por que as esquinas são tortas...                  
?










olho urubótico
pela retina caótica
teu perfil em preto anônimo
entrecortando a cinza-lópole
me ensina
sangue, carne, destino
amizade em tempo que te capto espontâneo
em click frenético da máquina
para interceptar teu vôo sensato
a procura do inconcreto, que da morte a vida em sina (ensina)
sangue, carne, destino
te humanizo pela janela do meu quarto-corpo
procuro o tempo, quando te lanças à essa sorte
do que é ânimo-morto
para que se recrie o novo, em vivo-mote
para que eu veja a vida-hoje.










Nota na noite, ao pé do poste.





conversamos ao pé do poste. saudade no ouvido que te revê. desboemia num boteco, só que um breque bom, pra recordar o futuro, a coisa achada, como é, em tantos pensamentos, pôr-do-acontecer. humano pra tanto sonho, que amizade será pouso, mas as vezes um querer voar...........revoar junto, em instantes-palavras de algo que somos-vamos-sei lá........... se há tanto porquê pra querer bem, quando há tempos que nos sorrimos sem nos ver.








Boca de Flor
Olhos derramados 

Na superfície de seres

uma asa de borboleta 

corta a pele.


No retrato, uma mulher-motor

Paredes vermelhas entreabrindo a lua

Por janelas em abajur-espelho

Sinto a falta e o tempo

Na boca de flor exalando perfume doce

olhos perdidos para sempre


Boca de flor

Olhos derramados na superfície
De seres

Olhos derramados
Na superfície de seres
                                               uma asa de borboleta
 na pele.

 Na fotografia, uma mulher-motor
Paredes vermelhas entreabrindo a lua
Por janelas em abajur espelho


Sinto a falta e o tempo
A boca de flor exalando perfume doce
E os seus olhos perdidos para sempre





lan house

Vou escovar os meus dentes quando tu partires, eu sei.
Até anoitecer o café, enquanto tu te arrumas para sair. O só. Uma camiseta.
Dizes que vais até a lan house, mas sei que não voltas nunca mais para mim.
Como aquele dos cigarros que se foi sem dizer adeus. A vida, um enorme clichê, sem tu dizeres até logo, porque não deu.
Vai ficar agradável aqui sem o teu corpo, sem o teu cheiro e as tuas gracinhas melancólicas, vai sobrar mais espaço para eu não ter gatos, nem cachorros, nem plantas. Também não vou pintar as paredes, fico imaginando deseninhos formando-se com as manchas, como nuvens no meu céu, será que derramei o café? Talvez eu troque as cortinas imaginárias, talvez. E assista mais a televisão que a mamãe me deu, se sobrar tempo pra ganhar a vida, preciso trabalhar.
Uma cadeira sem graça, um vazio se mexendo pelo sofá-etéreo, pela cama-buraco, na mesa- bamba,  reverbera no meu ventre parado esse vento frio e a nossa presença nesse cenário nada nos diz do que somos, apenas que o amor dá tantas voltas.

O barulho da descarga: - Pronto, já vais, né?  Pois acho melhor que tu morras logo!! E que te atropelem no caminho dessa tua lan house, que eu sei... não vai, não vai, fica.             .fica!!