sexta-feira, 10 de outubro de 2014




empoemos impropérios impalpáveis 
língua lânguida lâmina 
numinosa lavra palavra
lambida
de dor, suor, liberdade, loucura, tudo-nada, desafogo, espanto
mordo a letra até a espinha 
do sonho a beleza morna sem dizer nada
abre-se o pomo em desatino sem sentido
lábil parágrafo particular
de verso-instinto estranho incesto 
chato destino não acha a rima 
o modo chulo não combina
desliza o poema sofisma, acaba surdo.
no canto de folha, a léguas de um conto imagina a fuga de tuas vistas



thi za


quinta-feira, 25 de setembro de 2014



Hermetismos em cascas de laranja, secando ao sol.
Incrível melodia virtual vinda da Ásia, profundo mergulho na aparência das coisas, 
o impenetrável sempre na bacia de plástico azul, com as laranjas descascadas... 
A luz invade toda a pequena sala, o sol amazônico vibrante se anuncia sobre a pele da cidade embalada na janela, raios suntuosos pela não veneziana, o vidro fumê de folhas deslizantes, divergentes, como as nuvens e toda a natureza se movendo, na alma apertada papel de coração contra a parede.
Feixes desmaiados na superfície do pote de plástico transparente de tampa branca que guarda a dentadura boiando na frente de uma mulher com um menino no colo de gesso, a luz de cristal deitada no pano florido marrom, na mesinha de protetores sobrenaturais, com os souvenirs, brindezinhos de festa de criança, batizado, velório, flores de E.V.A emergindo no copo do extrato do elefante verde.
Sim, o relógio é a memória, mas está parado, diz-se que mede um tempo barato.
A luz do sol me dá coragem, assim também deve ser com a noite. Fiambres de luz, escalas de tons de claridade editam bobas descobertas, iluminam a todo encanto meias verdades, azuis, verdes, diáfanas.
A noite não está tão quente, flores roubadas murcham estacionárias na xícara de café sem asas. 

Dá vontade de comer passas e fumar um cigarro.
O incenso dama da noite queima enfiado na rachadura do sabonete para pele acneica, repousa na saboneteira vermelha de plástico, sobre a mesa, disfarça bem o cheiro de planta queimada.
Na cruz encostada na parede vermelha, ainda morna, está fixada por uma fita adesiva uma fotografia três por quatro apagada, atrás da cabeça de deus. Ele está todo ensaguentado na cruz, exageraram na tinta, pernas e braços cobertos de vermelho, no rosto também, cabelos, barba e pescoço vermelhos. Há outra foto colada aos pés do homem preso na cruz, essa ponta do crucifixo na penumbra, a menina apagada. Quando foi que anoiteceu de novo?
A vela derretida não percebe que há esperanças incômodas e secas, a dar nós em santos.

THi Za




Nada na rua noturna incrustada de carros 

Atravesso avesso verso
do mundo com a feroz pressa
da noite que passa
ventilador ligado balançando as persianas de pano e paciência na janela
observo a cadeira torta
buzinas são fiapos coloridos de tempo e tédio fixados no tapete gasto
a louça do jantar acompanha a mesa morta
na beleza incerta mobília modesta
no vazio da caixa de cimento
Grilos cigarras no caminhão velho monstrinhos de luz no teto
a lua que passa
o caderno aberto na pauta muda
Silêncio mistério suspense no estalo da geladeira
Paredes quentes de um dia de sol
perambulantes no assim mesmo pessoas conversam
lá fora que passa
um ratinho transita rápido sobre o fio elétrico
o fio elétrico invadiu a folhagem da árvore na calçada e dobrou a esquina
o ratinho se manteve discreto até sumir do mapa e adentrar o breu
dois homens vêm falando alto
não se sabe o quê
um desejo, uma vontade que passa
um querer preencher a pauta
Sinto ranger a porta confundindo o vento o retrato a lembrança
os papéis intrusos sobre a cama
flutuantes as palavras de sono
solidão esparramada estala os dedos, estica as pernas
ouço um pedido para que se desligue a luz e amanheça

THi Za


quarta-feira, 17 de setembro de 2014


Tempo de Manga


Manga na cabeça, manga que errou por um triz a ponta do seu nariz!
Manga na calçada, na calada do dia e na manga da noite, na sarjeta ou sobre a mesa, uma banda de manga dentro da geladeira, fechando o bueiro, caroço tão lambido que ficou branquinho...
Manga nunca natureza morta
Manga do apanhador de manga, com suas varas de pau, paninhos de partes de roupa e paneiro de palha, sua arte é apanhá-las nas ruas das mangueiras.
Vão caindo, vão caindo, no tempo de manga dá, dá
Caiu da Mangueira, estrebuchada no chão, uma manga boa novinha, vou levar!
Manga com farinha, com fiapo no dente, com sujo do chão, vou comer todinha, vais virar suco aqui mesmo!
Manga que amassa latão de carro, que assusta a moça que passa, que deixa quem não a juntou sem graça, manga da praça, esperando no carramanchão
Manga na prateleira, na moita, na esquina, no anteparo do portão, na casquinha do sorvete da velhinha, no tabuleiro, na sacola, pro lanche na escola
Manga na janela espiando o vizinho, no quintal, no vaso, no carro, no sinal, escondida a trás da porta, embaixo do jornal, manga voando...  vi algumas no telhado
Manga na lama, na cama, manga fama da cidade
, sujando a carteira dentro da bolsa até chegar em casa as gentes, em cima do muro, no balde
Caiu da mangueira, aquela sem um arranhão, manga pro cidadão, vou levar de presente pro meu parente! 
Tinha manga no chapéu
Caía manga do céu
Na gôndola do supermercado LíderZan tem manga, mangas daqui e de outros lugares, mas prefiro essas que caem das árvores e que são de grátis!
Manga no papelão do homem da rua que dorme na Doca, no Ver-O-Peso, na Terra Firme, no Guamá, na Pedreira, na Pratinha, sei lá

Manga por dentro um coração 
Meia-lua polpa, semente ao solo querendo atenção
Manga de amigos, manga de chupar a saudade das tuas avenidas de mangas chuvas e de mangas sol, Belém, de mangas tempestades que te levam, de ventos de rios, da intimidade de casa, da árvore na porta, das magueações...  - A manga, mana, é de quem pegar primeiro.



THi ZA


sexta-feira, 12 de setembro de 2014



À João de Alguém

João, um qualquer
Posso usar teu nome no que me convém
Mendigo que se foi não interessa a ninguém
O ovo que te neguei, a panela que não te emprestei, o abrigo que não te dei, a tua palavra que eu não escutei, teu presunto estragado que eu recusei guardar pra ti na minha geladeira hipotética.
Porque estavas bêbado, gritando nos corredores das instituições, eu te rejetei, João, te achava chato, ainda consigo olhar em teus olhos, quatro Iris brilhando, eu e você, e você morrendo, e eu também. Eu todo dia um pouco me vou, para algum lugar, seja a morte ou a sala vazia, me vejo andando por aí, para com a pressa deschegar a lugar algum, num vagar que me reanima. Não te ajudei, apenas te julguei um louco, como eu, talvez pior. (mas trocamos alguns cigarros).





Um lado do rosto sempre mais cansado
Uma assimetria sentimental
Pensava sobre si mesmo
Enquanto digitava coisas no papel
E o incenso abre-caminhos queimando o laptop sem perceber
Um barulho de buzina lá fora
Uma cidade mais mansa
Num acontecer relapso
A imagem interna do corpo, emoção e alma, a imagem interna do seu corpo, talvez, relativamente, assimétrica, sobretudo presa à carne, pesando-lhe as horas que faltam
O que seriam as olheiras de dentro?
Absurdo
intestinos, interstícios 
E assim ficava imaginando as coisas, coisas que são luz e sombra...
Em alguns momentos cogitando o sobrenatural, o indefinidamente
Cigarro querendo provocar uma leve dor de cabeça, leva a dor de cabeça
Luta com a razão, pelo que não se descortina

Déjà vu


domingo, 7 de setembro de 2014


Sala de Espera



Criancinha sentada nas pernas da mãe, mãe agarrando a cintura cria. Movem-se duas mãos. Uma para a outra.
Batidinhas na palma da mão da mãezinha...
não pára de dar batidinhas,
palminha de mãozinha tão pequenininha e fina ainda, parece de ser humano novo, que ainda não sabe, e é.
encostando levezinho nas linhas da sorte que te pegam no colo, garotinho!
Uma palminha, duas palminhas, três. Não se escuta o movimento do toque macio que em algum infinito coaduna seus destinos, mover eterno e suave em finas mãos do tempo, empurrando-o para a vida: distante e agora, do teu ser que se prepara.
Teus dedinhos tão novinhos, tão delicadinhos, despreocupados em percorrer uma caixinha de uvas negras até levá-las a boca, e o mastigar é outro sonho só teu e de tua mãe que imagina, coisinhas que vem no lanche que ela te preparou.
Essas tuas mãozinhas que brincam, sem saber, significam o mundo: batidinhas que acarinham a vida, numa espera por esperar, para a eternidade, em tudo presente.



quarta-feira, 13 de agosto de 2014



GRAVE JÁ- quiquiquiquiqui



qui num intendi uspatrão,
qui tamu sem bandejão!
qui num intendi asboneka,
qui tamu sem biblioteka!!
qui num intendi usprofessô,
qui tamu sem computadô!!!



qui diz o coxa: poxa... né cumigu, amigu, iaí?
qui usfuncionário diz: num sô otário pruREIreitô, i essi é aí qui diz (com todo travessão):

---------- qui seja brevis, inquantu grevis!!!!



  


Nota de Chegada, retorno ao retorno.


*arrumar os livros da estante, rever fotos de álbuns, cd's do ronca.......... papéis que atestam, a flor murcha, encadernados, tira poeira da alma, ver o tempo sem culpa (e as pessoas também, no mundo) só o olhar por dentro é que vai conformando tudo e nada está velho e nada acabou pra tanta vida nesse peito. AGORA.






LAMENTINHO CARENTE (CARETINHO)

Para Leandro e Leonardo (A dupla sertaneja)


Num dia a gente trepa, com amor.
No outro, a gente se cospe com odor.


Imagens que não ousamos guardar mais (a não ser as dos porta-retratos - onde jazem as coisas que queremos ver)
Tudo expressionice, do mais impressionante pieguismo desequilibrado.
Patética do romancinho popular, da casinha e do seu dono.
Mas me diverte um pouco, tecer com minhas palavras amenas,
Essas bofetadas e gozos
Da nossa amizade de loucos (e não são poucos)
Essas saudades dos amores toscos e dos amantes desesperados.







^^^^Ô^^^^


O ritmo do meu horizonte frenética os pássaros
Dança insólita na manhã
Ha tempo de sonhar
Amores-perfeitos: borboletas azaléiam só pra ver no que vai dar
Cores, floreando o instante invernal, cerejeiram
Lá onde os cravos rodopiam a flanar






                                                     
A CALÇADA

                                                                   

olhavas certamente pra baixo





quando tudo girou
                                                                        e se seus olhos encontraram a sarjeta
é! a sarjeta...
a fálica
a calçada
                                 foi redemoinho 
                                  de mundo 
                           (trê) bêbado que causou
                               olhavas por entre as  
tuas 
próprias 
pernas, { TREMIAM {




                                                                                                 conseguindo ver o que ficou pra trás--------------------------------------------------------------------------------------------------------- (.....................)
                                                         vala a escoar cada sonho cansado
                                                          sinuoso beco, erguendo a escuridão e um cheiro da ureia de tantos
                                                             dessa insalubridade


                                                      quente quente quente - Só não vá quebrar o pescoço por aí




                                                                     sob o sol!



                                                       o dia vai amanhecer o seu suor andando sem direção




                                                                          quando lembrará o beijo sugado que roubou do homem no chão caído
                                                                 quando espalhava-se pelo monturo, com suas roupas rasgadas de mulher
                                                                                      sua pintura barata, o batom borrando a cara sentida
                                                                                       ficarás confuso e com dó de tudo

                                                                saberias sentir o embaraço de ir ao chão?

só quando pulou a ratazana 
                                                                            eu vomitei nas tuas coxas, Odalice, será que alguém nos viu? tu te lembras dessa noite?
                                                              


por debaixo dos bancos deu pra seguir os passos 

                                                                de alguém que correu pra erguer meus cabelos molhados, a carne digerindo-se..., [a carne molhada, os cabelos digerindo-se[
ainda a se perguntar, colocando o previsível em tudo: 






por que as esquinas são tortas...                  
?










olho urubótico
pela retina caótica
teu perfil em preto anônimo
entrecortando a cinza-lópole
me ensina
sangue, carne, destino
amizade em tempo que te capto espontâneo
em click frenético da máquina
para interceptar teu vôo sensato
a procura do inconcreto, que da morte a vida em sina (ensina)
sangue, carne, destino
te humanizo pela janela do meu quarto-corpo
procuro o tempo, quando te lanças à essa sorte
do que é ânimo-morto
para que se recrie o novo, em vivo-mote
para que eu veja a vida-hoje.










Nota na noite, ao pé do poste.





conversamos ao pé do poste. saudade no ouvido que te revê. desboemia num boteco, só que um breque bom, pra recordar o futuro, a coisa achada, como é, em tantos pensamentos, pôr-do-acontecer. humano pra tanto sonho, que amizade será pouso, mas as vezes um querer voar...........revoar junto, em instantes-palavras de algo que somos-vamos-sei lá........... se há tanto porquê pra querer bem, quando há tempos que nos sorrimos sem nos ver.








Boca de Flor
Olhos derramados 

Na superfície de seres

uma asa de borboleta 

corta a pele.


No retrato, uma mulher-motor

Paredes vermelhas entreabrindo a lua

Por janelas em abajur-espelho

Sinto a falta e o tempo

Na boca de flor exalando perfume doce

olhos perdidos para sempre


Boca de flor

Olhos derramados na superfície
De seres

Olhos derramados
Na superfície de seres
                                               uma asa de borboleta
 na pele.

 Na fotografia, uma mulher-motor
Paredes vermelhas entreabrindo a lua
Por janelas em abajur espelho


Sinto a falta e o tempo
A boca de flor exalando perfume doce
E os seus olhos perdidos para sempre





lan house

Vou escovar os meus dentes quando tu partires, eu sei.
Até anoitecer o café, enquanto tu te arrumas para sair. O só. Uma camiseta.
Dizes que vais até a lan house, mas sei que não voltas nunca mais para mim.
Como aquele dos cigarros que se foi sem dizer adeus. A vida, um enorme clichê, sem tu dizeres até logo, porque não deu.
Vai ficar agradável aqui sem o teu corpo, sem o teu cheiro e as tuas gracinhas melancólicas, vai sobrar mais espaço para eu não ter gatos, nem cachorros, nem plantas. Também não vou pintar as paredes, fico imaginando deseninhos formando-se com as manchas, como nuvens no meu céu, será que derramei o café? Talvez eu troque as cortinas imaginárias, talvez. E assista mais a televisão que a mamãe me deu, se sobrar tempo pra ganhar a vida, preciso trabalhar.
Uma cadeira sem graça, um vazio se mexendo pelo sofá-etéreo, pela cama-buraco, na mesa- bamba,  reverbera no meu ventre parado esse vento frio e a nossa presença nesse cenário nada nos diz do que somos, apenas que o amor dá tantas voltas.

O barulho da descarga: - Pronto, já vais, né?  Pois acho melhor que tu morras logo!! E que te atropelem no caminho dessa tua lan house, que eu sei... não vai, não vai, fica.             .fica!!




sexta-feira, 20 de junho de 2014



a calçada

Olhavas certamente para baixo
quando tudo girou
e se seus olhos encontraram a sarjeta
é! a sarjeta...
a fálica
a calçada
foi redemoinho de mundo bêbado que causou
olhavas por entre as tuas próprias pernas, conseguindo ver o que ficou pra trás
vala a escoar cada sonho cansado
sinuoso beco, erguendo a escuridão e um cheiro da ureia de tantos
dessa insalubridade
quente quente quente  -  não  vá quebrar o pescoço, sob o sol!
o dia vai amanhecer  o seu suor por aí
quando lembrará o beijo sugado que roubou do homem no chão caído
quando espalhava-se pelo monturo, com suas roupas rasgadas de mulher
sua pintura barata, o batom borrando a cara sentida
ficarás confuso e com dó de tudo
saberias  sentir o embaraço de ir ao chão?
só quando pulou a ratazana
eu vomitei nas tuas coxas, Odalice, será que alguém nos viu? tu te lembras dessa noite?
por debaixo dos bancos deu pra seguir os passos 
de alguém que correu pra erguer meus cabelos molhados, a carne digerindo-se
ainda a se perguntar, colocando o previsível em tudo: por que as esquinas são tortas...




segunda-feira, 26 de maio de 2014


                 Querido, ou diria você. Como tem passado?
                 Sou tão boba quando estou apaixonada! Um telegrama seu chegou hoje. Aí você dizendo o que é para constar: traz notícias de que a sua vida está a salvo, por um dia, à toa, você resolve seus problemas com calma, calma. Isso passa a animar o meu dia todo, pensando que você ligou, ao menos até a tarde chegar. Estamos a meio-fio? Bobeira que não passa apesar dos dissabores, de tantos amores! Cogito o que poderia escrever a você, para quem será? Talvez seja uma conversa assim, comigo. Que te criei de repente. Se ao menos você existisse.
                Sentimentos confessados, por códigos binários, mas no lugar do apenas um. Um sozinho. Um somente. Mensagem num tempo perdido-encontrado, pelo meio de letras e imagens que caem, chovendo em teus olhos, do que acontecera-acontecerá.
                Vontade de dizer tudo. E que seja logo. E que a gente se conheça rápido. Sem perceber que o tempo foi passando e nem nos víamos mais. Gostando... gostando... embaraços até o fim: assim eu sentia quando eu te queria muito. Ontem? Causo-te espanto com essa paixão absurda que está mais por ali? Canto-te em linhas incertas de versos trágicos, penso tanto para esquecer. O que existe mais para eu te dar. Sem palavras, sem voz. Exite a melodia que eu te quis?
                Malibu sem você não há. 

quinta-feira, 8 de maio de 2014


esquizoesia ao relento

canetas brincam
do universo querem saber mais
pela tua escritura
da poesia perfeição, na qual fodeu-se o verbo,
o que levo?
recorri a mitos eróticos, flutuantes, 
para te compor em lastros de loucura
(que se fez monturo de mim e de todos?)
E destrinçando ideias para rolar um verso
surgem palavras cálidas da tua verdade
nesse poema sem chão!
no que sigo e vou
da noite amena do poeta barato

domingo, 20 de abril de 2014



FERIADO

Coelhos, ovos, girassol
peixe, pizza, lazanha
COMAMOS TODOS
vela, toca o celular, nasceu um trans azul
sai do sino praveratevê

na sua timeline... o quê?... o quê?...
passa uma índia velha, da cintura pra cima: só se vê o vazio, o nada de chocolate, como comer 
o mistério das coisas
é como andar de bicicleta
embaixo, amarrado as suas pernas: cruz, pão e luz
que ela carrega pela mata, em widescreen, com o sinal lento, a franquia esgotada... acabando...
- bom, tudo de bom pra você também que foi no último dia lembrar de data tão importante e para a sua família e o seus, cabendo naquela cesta, sábado, domingo, essa fila toda, se não tiver 

vinho à beça,
 cerveja peça
portanto, porta teu retrato, cordeiro sorridente esperante de fé e gastronomia

como é bom nascer de novo
e fazer ver crescer tudo diferente
do que hoje sou, sem me interessar canto algum
pra que esse sorriso tão grande na foto?
descubra as belezas translombrantes ( de lombras... de lombras )
de descobrimentos e de descobertos, desse Brésil




FERIADO II (04 de Abril de 2015)

Coelhos, ovos, girassol
peixe, chocolate
COMAMOS TODOS
vela, toca o celular, nasceu uma menina azul
sai do sino praveratevê

na sua timeline... o quê?... o quê?...
passa uma índia velha, da cintura pra cima: só se vê o vazio, o nada de chocolate, como comer o mistério das coisas
a baixo, amarrado em suas pernas: cruz, pão e luz
que ela carrega pela mata, em widescreen, o sinal lento, a franquia acabando... acabando...
- bom, tudo de bom pra você também que foi no último dia lembrar de data tão importante e para a sua família e o seus, cabendo naquela cesta, sábado, domingo, essa fila toda, se não tiver vinho à beça,
 cerveja peça
portanto, porta teu retrato, cordeiro sorridente esperante de fé e de ceroulas

como é bom nascer de novo
e fazer ver crescer tudo diferente
do que hoje sou, sem me interessar canto algum
pra que esse sorriso tão grande na foto?
descubra as belezas translombrantes ( de lombras... de lombras )
de descobrimentos e de descobertos, desse Brésil



Yeah The time to hesitate is through

No time to wallow in the mire