quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Mundo viajante, estreito vagão, divagante, a deslizar o caminho
Mundo de um punhado de sabão em pó, papel higiênico e café
Mundo tripulante, da casa, do caos, dobrando-se em formato de lenço de bolso
Aquelas saídas noturnas, solitárias, de doses de pinga ao abordar o Nada, de caminhadas a pé
Mundo de atrito entre as escovas nos dentes, paracetamol, apaga o cigarro, a medir o pulso
Mundo padaria, supermercado, boteco, carro, fotografia
Mundaréu coisante de coisas, on line, a dor no peito que não se vê
( E já não há?)
Naquela busca da naturalidade perfeitamente necessária, biografia
Escarcéu de fluxo coisado, passeata em pane de gente
Mundo de multidões e de boa gente, que falta, que sorria
Mundo de beijo no olho, despedidas sem adeus, sarcasmos inebriantes
De façanha popular, do silêncio na sala, de íntimas contradições
Mundo tão vasto de se sentir pequeno e tão pouco para se sentir tão importante
Das oportunas demolições das verdades em pedra,
Do viver edificante rondando a si mesmo
Mundo que escapa
Imundo das unhas pretas a palitar os dentes

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